segunda-feira, dezembro 31, 2007

Brindemos!

Um brinde ao amor!
Um brinde à imaginação!
Um brinde à liberdade!
Um brinde aos de coração nobre!

UM BOM ANO!

sábado, dezembro 29, 2007

Capitalismo Selvagem

De mãos dadas com a centralização (de capital) (...) desenvolve-se, numa escala crescente (...) o emaranhamento de todos os povos na rede do mercado mundial, e, com isso, o caráter internacional do regime capitalista. A par do número constantemente decrescente dos magnatas do capital, que usurpam e monopolizam todas as vantagens desse processo de transformação, cresce a massa de miséria, opressão, escravatura, degradação, exploração...


No livro "O Capital" de Karl Marx

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Não Quero Step


Não quero outro olhar
Outra boca
Outro beijo
Não quero outra mão
Outra caricia
Minha saudade é específica

Elisa Lucinda

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Por não estarem distraídos - Clarice Lispector

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

sábado, dezembro 22, 2007

Para Zuzu Angel

"Mãe, você me pergunta se eu acredito em Deus. Eu te pergunto: que Deus? Tem sido minha missão te mostrar Deus no homem. Pois somente no homem Ele pode existir. Não há homem pobre ou insignificante que pareça ser, que não tenha uma missão. Todo homem, por si só, influencia a natureza do futuro. Através de nossas vidas nós criamos ações que resultam na multiplicação de reações. Esse poder, que todos nós possuímos; esse poder de mudar o curso da história é o poder de Deus. Confrontado com essa responsabilidade divina, eu me curvo diante do Deus dentro de mim."


Carta de Stuart Edgard Angel Jones, morto pela ditadura militar, à sua mãe, a figurinista brasileira Zuzu Angel, também morta pela ditadura militar

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Yes, I am a dreamer

"Sim, sou um sonhador. Sonhador é quem consegue encontrar o próprio caminho ao luar e, como punição, vê o alvorecer antes do resto do mundo."

Oscar Wilde

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Porque a liberdade é um dever...


TEMOS O DEVER DE SER LIVRES!

domingo, dezembro 16, 2007

Trecho da peça teatral "Macário"

É uma coisa singular esta vida. Sabes que às vezes eu quereria ser uma daquelas estrelas para ver de camarote essa Comédia que se chama o Universo? Essa Comédia onde tudo que há de mais estúpido é o homem que se crê um espertalhão? Vês aquele boi que rumina ali deitado sonolento na relva? Talvez seja um filósofo profundo que se ri de nós. A filosofia humana é uma vaidade. Eis aí: nós vivemos lado a lado, o homem dorme noite a noite com uma mulher: bebe, come, ama com ela, conhece todos os sinais de seu corpo, todos os contornos de suas formas, sabe todos os ais que ela murmura nas agonias do amor, todos os sonhos de pureza que ela sonha de noite e todas as palavras obscenas que lhe escapam de dia... Pois bem-a esse homem que se deitou mancebo com essa mulher ainda virgem, que a viu em todas as fases, em todos os seus crepúsculos, e acordou um dia com ela ambos velhos e impotentes, a esse homem, perguntai-lhe o que é essa mulher, ele não saberá dizê-lo! Ter volvido e revolvido um livro a ponto de manchar-lhe e romper-lhe as folhas, e não entendê-lo! Eis o que é a filosofia do homem! Há cinco mil anos que ele se abisma em si, e pergunta-se quem é, donde veio, onde vai, e o que tem mais juízo é aquele que moribundo crê que ignora!

Macário - Álvares de Azevedo

sábado, dezembro 15, 2007

Além do horizonte...

o horizonte é a linha que separa o céu da terra
é o fim do mundo
ou o começo dele

sexta-feira, dezembro 14, 2007

O meu olhar - Alberto Caeiro

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Solidão


Com o tempo não vamos ficando sozinhos apenas pelos que se foram, vamos ficando sozinhos uns dos outros. 

Mário Quintana

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Os cinco sentidos de minha infância

Verde cheio de esperança
Perfume das flores, pura e bonita
Sabor de chocolate, uma delícia
Vozes, muitas, altas, alegres, segurança
Quente e macia, como a cama imaculada que acolhia meus sonhos todas as noites, após mais um dia de felicidade


terça-feira, dezembro 11, 2007

É preciso não esquecer nada - Cecília Meireles

É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Encontro de Rua - Baudelaire

A rua num tumulto em torno de mim gritava.
Alta, esguia, vestindo um luto majestoso
linda mulher passou que, num gesto gracioso,
a fímbria do vestido erguia e balançava.

O andar ligeiro e nobre, a perna escultural,
e eu sorvia, angustiado, em seus olhos sombrios
negro céu que produz os temporais mais bravios,
a doçura que encanta e o prazer que é fatal.

Um clarão... logo após a morna obscuridade!
Ó mulher cujo olhar me deu vida outra vez
não mais te encontrarei senão na eternidade?

Muito longe daqui! Tarde! Nunca, talvez!
Pois não sei aonde vais, tu de mim perdeste
tu, que eu teria amado e que me compreendeste!

domingo, dezembro 09, 2007

A outra noite - Rubem Braga

Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal fechado para voltar-se para mim:
-O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda.
-Mas, que coisa...
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
Ora, sim senhor...
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.

sábado, dezembro 08, 2007

Já dizia Hermann Hesse

"Nada posso lhe oferecer o que não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo além daquele que há em sua própria alma."

sexta-feira, dezembro 07, 2007

O SISTEMA

Tenho opiniões controversas a respeito da mídia, mas que tendem principalmente para o lado negativo, motivo este que me fez abandonar a faculdade de publicidade. Me sinto satisfeita ao declarar que a televisão não é necessária em minha vida, não faz a mínima falta. Há uns poucos e raros programas que assisto. Um deles trata-se de uma série: O SISTEMA. Foram apenas 6 episódios fabulosos. Reconheço que não agrada a todos, ou muito provavelmente, deve ter divertido a minoria. Realmente não é para qualquer um. A patuléia bitolada, telespectadora de "Faustão", "Pânico na Tv", "Oprah" e cia ilimitada não entenderão O SISTEMA. O SISTEMA é para aqueles de espírito questionador, o que pode ser uma loucura muitas vezes...
A série mostra um grupo de pessoas que se denominam "Vítimas do Sistema" tentando lutar contra a globalização imposta aos habitantes do planeta. Estamos inseridos na sociedade, e portanto no "sistema", sem opção de escolha. Em meio a protestos pacíficos e "singulares", eles acabam deparando-se com famosas teorias da conspiração.
É hilário, irreverente, inteligente.


e no final
o amor que você recebe é igual ao amor que você dá
A=A
(em O SISTEMA)

quinta-feira, dezembro 06, 2007

= )

O QUE TEMOS?
MOMENTOS.
FAÇA-OS BONS.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Orgulho Nacional



A Semana de Arte Moderna, celebrada em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, pretendeu combater o academismo artístico que então predominava e, incorporar as conquistas das vanguardas artísticas europeias, dentro de uma visão crítica da realidade brasileira.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Hollywood

Bacall, Bogart and Marylin

"This is the beginning of a great friendship..."

quinta-feira, novembro 29, 2007

Razão ou Intuição?

O racional e o intuitivo são modos complementares de funcionamento da mente humana. O pensamento racional é linear, concentrado, analítico. Pertence ao domínio do intelecto, cuja função é discriminar, medir e classificar. Assim, o conhecimento racional tende a ser fragmentado. O conhecimento intuitivo, por outro lado, baseia-se numa experiência direta, não-intelectual, da realidade, em decorrência de um estado ampliado de percepção consciente. Tende a ser sintetizador, holístico e não-linear. Daí ser evidente que o conhecimento racional é suscetível de gerar atividade egocêntrica, ou yang, ao passo que a sabedoria intuitiva constitui a base da atividade ecológica, ou yin.

No livro "O Ponto de Mutação" - Fritjof Capra

quarta-feira, novembro 28, 2007

O que estou lendo

O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde
"(...) Para recuperar a minha juventude era capaz de fazer tudo no mundo, exceto ginástica, levantar-me cedo, ou ser respeitável. A Juventude! Não há nada que se lhe compare. É absurdo falar da ignorância da juventude. Hoje em dia só tenho algum respeito pelas opiniões das pessoas muito mais novas do que eu. Parecem-me estar estar à minha frente. A vida revelou-lhes a sua última maravilha. Quanto aos velhos contradigo-os sempre. É uma questão de princípio. Se lhe pedirmos opinião sobre uma coisa que aconteceu ontem, eles dão-nos solenemente as opiniões correntes em 1820, quando as pessoas usavam golas altas, acreditavam em tudo e não sabiam absolutamente nada. (...)"

quinta-feira, novembro 22, 2007

Arte de Amar - Manuel Bandeira

Se queres sentir a felicidade de amar,
esquece a tua alma
A alma é que estraga o amor
Só em Deus ela pode encontrar satisfação
Não noutra alma
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Foi assim

Suave Macio Delicado
Foi assim o seu toque
Ardente Quente Forte
Foi assim o seu beijo
Contraste de sensações
Foi assim estar com você

segunda-feira, novembro 19, 2007

Amanhã

(...)
Amanhã
Apesar de hoje
Será a estrada que surge
Pra se trilhar
Amanhã
Mesmo que uns não queiram
Será de outros que esperam
Ver o dia raiar
(...)

Música de Guilherme Arantes

sábado, novembro 17, 2007

Cantiga de maldizer

Da mulher vossa, ó meu Pero Rodrigues
Jamais creiais no mal que falam dela.
Pois bem sei eu que ela por vós mui zela,
Quem não vos quer vos traz somente intrigas!
Pois quando deitou ela em minha cama,
A mim mui bem de ti ela falava,
Se a mim deu o corpo, é a vós quem ela ama.

Martim Soares

sexta-feira, novembro 16, 2007

Cinema


Meu Número 1

quinta-feira, novembro 15, 2007

Hakuna Matata


Aproveitemos a vida da melhor forma possível
Com o máximo de alegria
Dando valor ao que realmente importa
Abstraindo o que nos aborrece
Porque o bom é ser feliz

"Os seus problemas você deve esquecer" (Hakuna Matata)

quarta-feira, novembro 14, 2007

Janela sobre as ditaduras invisíveis

A mãe abnegada exerce a ditadura da servidão.
O amigo solícito exerce a ditadura do favor.
A caridade exerce a ditadura da dívida.
A liberdade de mercado permite que você aceite os preços que lhe são impostos.
A liberdade de opinião permite que você escute aqueles que opinam em seu nome.
A liberdade de eleição permite que você escolha o molho com o qual será devorado.

No livro "Palavras Andantes" de Eduardo Galeano

terça-feira, novembro 13, 2007

O que me diz de um sorriso?...

O que gosto nos sorrisos? Vislumbro esperança neles. Um sorriso me lembra que a vida é algo bom, e que há coisas pelas quais vale a pena viver.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Cavalinho Branco - Cecília Meireles

À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:

mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.

O cavalo sacode a crina
loura e comprida

e nas verdes ervas atira
sua branca vida.

Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos

a alegria de sentir livres
seus movimentos.

Trabalhou todo o dia, tanto!
desde a madrugada!

Descansa entre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada!

domingo, novembro 11, 2007

Primos Queridos


Felicidade estar com vocês. Pensar que até outro dia estávamos a brincar de pique e a tomar guaraná, enquanto ríamos dos bobos a beber. E já hoje somos nós os bobos se divertindo, mas o melhor, mantemos a cumplicidade dos tempos de criança. As histórias são outras, a distância faz-se sentir mais agora. Mas o que nos torna uma família além do laço de sangue é a vontade de estarmos juntos e a certeza de que será sempre divertido. Sejamos crianças, jovens, adultos já maduros ou senhores. Nesse lugar tão importante para nós, palco de muitas travessuras e momentos bonitos. O lar para o qual voltamos para nossa família querida e onde temos a certeza de estar seguro. Mesmo que as ocasiões não sejam muitas, pois os rumos são diferentes. Mas são especiais todas elas, por causa de vocês. Adoro-os.

"A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família." Léon Tolstoi

sábado, novembro 10, 2007

Fim.

Então é isso. Acabou. Liberto-me de ti. Eu queria. Eu acreditava. Eu tentei. Eu pedi. Eu falei o que sentia. Reconheço o que sou e o que és. E por isso digo-lhe adeus. Sejamos felizes. Não carregarei comigo lembranças nossas. Abandono-as neste momento. Não irás comigo mais. Nunca mais. Desejo-lhe coisas boas. E quando fui capaz de ver-te feliz sem mim e sorrir ao ver o seu sorriso distante, foi que descobri que és dispensável para mim e que serei feliz sem ti, se a vida quis assim. Boa sorte para ti, sem mim. Boa sorte para mim, sem ti. Deixo-te inteiramente. Não levo nada de "nós". Sigo eu agora. Apenas eu. Apenas você. Definitivamente, adeus.


sexta-feira, novembro 09, 2007

Campanha Publicitária

VIVER OU SONHAR? com esta dúvida você passa a vida sonhando


VIVER E SONHAR. COM ESTA DECISÃO VOCÊ COMEÇA A VIVER SEUS SONHOS

quarta-feira, novembro 07, 2007

A Lista - Oswaldo Montenegro

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você

GOTAN PROJECT

TANGO ELETRÔNICO


O GOTAN PROJECT é um grupo musical de Paris, formado pelos músicos Philippe Cohen Solal (francês), Eduardo Makaroff (argentino) e Christoph H. Müller (suíço). O nome do grupo deve-se ao anagrama da palavra tango. A música do trio é um misto de tango com elementos eletrônicos. Os caras são realmente muito bons.

domingo, novembro 04, 2007

Léo e Bia

- Bia. Ô Bia! Abre a porta... – Léo batia com o punho cerrado na porta do apartamento
- Chega, Léo! Acabou! – Bia estava sentada no chão com as costas encostadas na porta.
- Perdão, Bia.
- Clássico, ! Apronta e arrepende-se. Assim fica muito fácil...
- Não faço de novo, Bia...
- Mas não vai fazer mesmo! Acabou! Nem Jesus Cristo me faz te aceitar de volta!
- E Einstein?
- O quê?? – ela mirou a porta incrédula
- Se a religião não ajuda quem sabe a ciência... – ele sorria para a porta
- Muito engraçado – ela revirou os olhos – Tchau, Léo.
- Bia, eu te amo... Eu daria tudo por você...
- Eu também. Adeus, Léo!
- Bia! Ô Bia!... – ele batia com o punho cerrado na porta...

"Qualquer maneira de amar varia
E Léo e Bia souberam amar"
Oswaldo Montenegro



terça-feira, outubro 30, 2007

Memória - Carlos Drummond

Amar o perdido
deixa confundido
este coração

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do não

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palavra da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas
essas ficarão

segunda-feira, outubro 29, 2007

Abbey Road


"e nu caminhou, perseguido pelas crianças e pelos loucos e pelos pássaros."
Janela sobre o adeus (Eduardo Galeano)

domingo, outubro 28, 2007

Trechos de Garden State

- Sabe aquela fase na vida em que percebe que a casa em que você cresceu não é mais seu lar? É o lugar onde pode largar suas coisas, mas a ideia de lar se foi.
- Ainda sinto que minha casa é meu lar.
- Você verá quando se mudar. Acontece. Um dia, foi-se. E você sente que nunca mais vai tê-la de volta. É como sentir saudade de um lugar que não existe. É como um rito de passagem, sabe? Você não terá essa sensação de novo até criar um novo lar para si mesmo. Para seus filhos, a sua própria família. É como um ciclo ou algo assim. Não sei, mas eu tenho saudade. Talvez família seja só isso mesmo. Um grupo que sente falta do mesmo lugar imaginário.
- Talvez

- Droga, isto dói tanto.
- É, eu sei. Mas isto é a vida. Se não for outra coisa, isto é a vida. É real. Às vezes dói. Mas é tudo o que temos.

- Pai... Talvez não sejamos tão felizes como sempre sonhou, mas, pela primeira vez, vamos nos permitir ser seja lá o que somos. E será melhor, está bem?

sábado, outubro 27, 2007

Banhos de chuva

CONFESSO-ME AO CÉU
E LAVO A ALMA COM UM BANHO DE CHUVA








"E o puro ruído da chuva
É constante em meu pensamento.
Meu ser é a invisível curva
Traçada pelo som do vento..."
FERNANDO PESSOA

quarta-feira, outubro 24, 2007

Glub-Glub-Glub

WE ALL LIVE IN A YELLOW SUBMARINE


terça-feira, outubro 23, 2007

lou.cu.ra

Loucura que salta de dentro de mim
Loucura que sofre em meu peito que arde
Loucura da dúvida que duvida que exista
Loucura do amor por tudo que cria
Loucura minha
Loucura sua
Nossa loucura

"E que minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também" Oswaldo Montenegro

segunda-feira, outubro 22, 2007

The King



domingo, outubro 21, 2007

Vamos Ser Feliz! =D

Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores e entregar-se a todos os amores sem preconceito nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa. (Mário Quintana)




sábado, outubro 20, 2007

Palavras de Paulo Leminski

LAMENTE
UMA
VEZ.

sexta-feira, outubro 19, 2007

Hálito Mestiço - Michel Melamed

em futuro estudo a ser publicado em conceituada revista do meio científico, será comprovada não só a existência mas os índices alarmantes da incidência da cárie cerebral. o fenômeno, que atinge povos de todos os países, tem como uma das suas principais causas, como é de se esperar, os péssimos hábitos alimentares das populações, cultivados, principalmente, através do consumo de enlatados americanos, novelas açucaradas e toda a sorte de (conceitos) embutidos. a fim de evitar a extração do órgão sob risco de seqüelas irreversíveis, como por exemplo, o pensamento banguela, recomenda-se expressamente o uso continuo e correto do fio mental. e da escova de mentes. vamos juntos fazer do brasil um país de sorriso branco e preto e mulato e cafuzo e índio e... hálito mestiço!

quinta-feira, outubro 18, 2007

Verdadeiro Amor - Eugênio de Castro

Tua frieza aumenta o meu desejo:
Fecho os meus olhos para te esquecer,
Mas quanto mais procuro não te ver,
Quanto mais fecho os olhos mais te vejo.

Humildemente, atrás de ti rastejo,
Humildemente, sem te convencer,
Antes sentindo para mim crescer
Dos teus desdéns o frígido cortejo.

Sei que jamais hei de possuir-te, sei
Que outro, feliz, ditoso como um rei,
Enlaçará teu virgem corpo em flor.

Meu coração no entanto não se cansa:
Amam metade os que amam com esperança,
Amar sem esperança é o verdadeiro amor.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Globalização

Misturam-se os sentidos
na miscelânea dos dias.
Acham-se perdidos
os sonhos,
Afogados no turbilhão
que o sol traz consigo.
Perdem-se os astros
do inconsciente,
Refúgio seguro
da vida
oca.
Buscam-se estrelas
que alumiem o coração.
E no afã da sociedade
demente
que encontrem
PAZ

terça-feira, outubro 16, 2007

O Brasil é o país do futuro??!!

EU NÃO SEI SOBRE O PAÍS DO FUTURO,
MAS O DO PRESENTE TÁ AQUI!







PALHAÇO

domingo, outubro 14, 2007

Palavras que formam frases que formam pessoas

palavras O VENTO LEVA
depende de QUEM faLA
DEPENDE de quem ouVE

quarta-feira, outubro 10, 2007

Lua Adversa - Cecília Meireles

Tenho fases como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!

Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

terça-feira, outubro 09, 2007

Eu danço


A dança: uma expressão perpendicular de um desejo horizontal. (Bernard Shaw)

segunda-feira, outubro 08, 2007

Soneto de Desesperança - Vinícius de Moraes

De não poder viver sua esperança
Transformou-a em estátua e deu-lhe um nicho
Secreto, onde ao sabor do seu capricho
Fugisse a vê-la como uma criança.

Tão cauteloso fez-se em seus cuidados
De não mostrá-la ao mundo, que a queria
Que por zelo demais, ficaram um dia
Irremediavelmente separados.

Mas eram tais os seus ciúmes dela
Tão grande a dor de não poder vivê-la
Que em desespero, resolveu-se: - Mato-a!

E foi assim que triste como um bicho
Uma noite subiu até o nicho
E abriu o coração diante da estátua.

domingo, outubro 07, 2007

Anarquista, graças a Deus


FAÇA DA TUA VIDA UM REFLEXO DA SOCIEDADE QUE DESEJAS
Gandhi

TODO CORAÇÃO É UMA CÉLULA REVOLUCIONÁRIA

sábado, outubro 06, 2007

Revolução da Alma - Maiakovski

Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Vou por ali...

Qualquer caminho é apenas um caminho e não constitui insulto algum - para si mesmo ou para os outros - abandoná-lo quando assim ordena o seu coração. (...) Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o tantas vezes quantas julgar necessárias... Então, faça a si mesmo e apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, esse caminho não possui importância alguma.

Carlos Castañeda, Os Ensinamentos de Don Juan

segunda-feira, outubro 01, 2007

Os Edukadores



Simplesmente Perfeito

quinta-feira, setembro 27, 2007

O massagista

O sol coroava mais uma manhã. Ele lia o “Financial Times”. Eu olhava o mar, visando o horizonte. As pessoas costumam admirar o horizonte. A mim, ele entristece. Lembra-me a jovem alegre e cheia de sonhos que fui um dia.
- Senhora, seu Martíni – o garçom evanesceu meus pensamentos.
Mais minutos de silêncio depois, ele diz ao consultar o relógio:
- Está na hora de sua massagem, querida.
Saio, aliviada por livrar-me daquele horizonte e do símbolo concreto de minha melancolia por este, lendo o “Financial Times”. Ao entrar no quarto, ele já esperava por mim. Caminhei em sua direção e beijei-lhe ardentemente.
- Aqui? – ele pergunta inseguro. Sorrio e tiro sua camisa.
- A porta está entreaberta – ele continua.
- Deixa – falo. Eu queria assim. Agora éramos dois corpos nus, entrelaçados. Estávamos em pé, minhas pernas em volta de sua cintura, as mãos dele em minhas coxas. Quentes. Suados.
Foi então que o vi. Ele olhava da porta. Eu sabia que viria. Ele ficou parado por alguns instantes, que devem ter-lhe parecido uma eternidade, e então saiu. Ele saiu como se não tivesse visto nada. Indiferente. Foi como se meu último suspiro de vida se esvaísse.
E o massagista nem fazia o meu tipo...

quinta-feira, setembro 20, 2007

...Eis a questão

E se a questão não for por que é tão raro eu ser a pessoa que realmente quero ser, e, sim, por que é tão raro eu querer ser a pessoa que realmente sou?

no livro "A Dança" de Oriah Mountain Dreamer

domingo, setembro 16, 2007

Fragmento

"E certa noite, você foi embora. Em sua canoa, de pé sobre as águas, você se desvaneceu na névoa. Ninguém viu. Só eu vi. Eu era um menino, e você nem percebeu. Vejo você até hoje."


(História da Intrusa do livro Palavras Andantes de Eduardo Galeano)

sábado, setembro 15, 2007

1956

Katy era mulher de poucas palavras. Tinha um corpo tão perfeito que nem precisava falar. Além disso, sabia tirar partido daquele corpo, e essa era outra de suas muitas habilidades. Em plena guerra fria, graças à sua natural discrição, além de outras virtudes, foi lançada no mundo da espionagem. Mas um desafortunado amor - as espiãs também amam - obrigou-a a desaparecer e mudar de personalidade, maquiagem e cor dos cabelos. Refugiou-se na Espanha, onde ninguém a conhecia.
Na Espanha, estavam preparando o boom econômico; e ela, que conhecia vários idiomas, não demorou a conseguir trabalho.
Embora nunca revelasse o seu passado, demonstrou tamanhos dotes de observação que em pouco tempo acabou trabalhando como espiã.
A "Casa Aurora", que competia com a "Chu Ming Ho" na fabricação e venda de absorventes femininos, contratou-a para seguir de perto os planos do chinês Ming.
Quando Ming a viu pela primeira vez, não titubeou em transformá-la em sua secretária. E pouco depois em sua amante. Katy, porém, num instante ficou cheia do chinês e de seu império comercial.
Certo dia de 1956, a espiã corria pelas escadas do prédio que servia de casa, laboratório e fábrica de Chu Ming, perseguida pelo magnata dos absorventes femininos. Conseguiu chegar no terraço da cobertura. Lá no alto, um helicóptero esperava por ela, com um maduro e atrativo ex-agente secreto a bordo. Era um antigo louco amor de Katy, que estava abandonando tudo e ia se exilar com ela na Oceania. Pelo menos, era o que ele pretendia fazer. Katy estava entrando no helicóptero quando Ming conseguiu agarrar sua perna. A moça fez força para entrar no aparelho, enquanto propiciava ao chinês um pontapé que acertou seus bagos em cheio. Na luta, Ming tinha conseguido arrancar um dos sapatos de salto alto da moça.
O helicóptero levantou vôo e desapareceu na imensidão do céu.
O chinês sacudia a ameaçadoramente o sapato, enquanto vociferava contra Katy em seu idioma materno.
Era a imagem eloquente da impotência humana.

Capítulo primeiro do livro "Fogo nas Entranhas" de Pedro Almodóvar

sexta-feira, setembro 14, 2007

Cultura - Arnaldo Antunes

O girino é o peixinho do sapo.
O silêncio é o começo do papo.

O bigode é a antena do gato.
O cavalo é o pasto do carrapato.

O cabrito é o cordeiro da cabra.
O pescoço é a barriga da cobra.

O leitão é um porquinho mais novo.
A galinha é um pouquinho do ovo.
O desejo é o começo do corpo.
Engordar é tarefa do porco.

A cegonha é a girafa do ganso.
O cachorro é um lobo mais manso.

O escuro é a metade da zebra.
As raízes são as veias da seiva.

O camelo é um cavalo sem sede.
Tartaruga por dentro é parede.

O potrinho é o bezerro da égua.
A batalha é o começo da trégua.

Papagaio é um dragão miniatura.
Bactéria num meio é cultura.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Resenha crítica

O Baixio das Bestas
Brasil, 2007, Drama

Um velho tira a roupa da menina em um baixio atrás de um posto de gasolina no Nordeste. Ela fica ali em pé, nua, parada, de cabeça baixa enquanto vários homens se masturbam. Essa é a primeira cena de “O Baixio das Bestas” e imediatamente se compreende o nome do filme. A película é um lembrete de que ali do lado a vida é cruel. A inocência é arrancada bruscamente. A violência é mascarada pela miséria. São todos vítimas de uma terra castigada. O único vilão é a pobreza. Socialmente é um soco no estômago. Como obra de arte, dá nojo. É realista demais. Realidade que incomoda. É brasileiro do início ao fim.

domingo, setembro 09, 2007

Imagine

Realidade é pra quem não tem imaginação.


sábado, setembro 08, 2007

Tietagem

GATO!

sexta-feira, setembro 07, 2007

Aconteceu comigo

Sempre caminhava na estrada de um bairro afastado, na zona rural da pequena cidade da minha infância. Toda vez que passava por ali, reparava nas humildes casinhas em meio aqueles enormes eucaliptos. Mas nunca vi ninguém, apenas sentia o aroma do café.
Em uma manhã, enquanto andava absorta em meus problemas, avistei um senhor. Ele estava sentado em um toco de árvore, diante do portão de uma pobre casa. Ao passar, ele me olhou, abriu um sorriso quase sem dentes e disse: Bom dia. Retribuí o sorriso e o cumprimento.
Foi um momento de iluminação para mim. Aquele em que a gente compreende que a felicidade está nas coisas simples da vida. No abraço de meu pai, no chamamento carinhoso de minha mãe, nas brincadeiras com meus irmãos, nas gargalhadas com os amigos... No sorriso de um pobre velho, habitante de uma pobre casa, mas mais rico que eu, por conservar o seu sorriso.
Aquele modesto ancião, com toda a sua pobreza, com seu sorriso sincero me fez sentir vergonha da minha vida egoísta e de excessos. É triste que tenhamos que lamentar a vida dos outros para dar valor à nossa própria.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Wish You Were Here - Pink Floyd

So, so you think you can tell Heaven from Hell,
blue skies from pain.
Can you tell a green field from a cold steel rail? A smile from a veil?
Do you think you can tell?

And did they get you trade your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees? Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change? And did you exchange
a walk on part in the war for a lead role in a cage?

How I wish, how I wish you were here.
We're just two lost souls swimming in a fish bowl,
year after year,
running over the same old ground. What have we found?
The same old fears,
wish you were here.____________


"somos apenas duas almas perdidas (...)
o que encontramos?
os mesmos velhos medos
Queria que você estivesse aqui"

segunda-feira, setembro 03, 2007

Janela sobre o corpo - Eduardo Galeano

A Igreja diz: O corpo é uma culpa.
A ciência diz: O corpo é uma máquina.
A publicidade diz: O corpo é um negócio.
O corpo diz: Eu sou uma festa.



domingo, setembro 02, 2007

Mais só do que eu merecia

Em 19 anos que nasci, depois de viver experiências, de dar uma olhada para a vida que os outros levam, de ouvir pessoas, cheguei a mais uma conclusão: É importante que se trace uma meta para sua vida, porque só assim faz sentido ir em frente. Além do que, não fica perambulando por aí... Sem saber o que fazer e onde ir. Necessitamos de objetivos. Saber onde quer ir. Ou pelo menos, querer ir a algum lugar. Tomar um rumo e seguir em frente. Sempre em frente. No máximo, olhar para os lados. Pois bem, EU não tenho objetivos. Não sei o que fazer. O que esperar. Para onde ir. No momento, encontro-me completamente perdida. Dá vontade de gritar. AAAAAAAAAAAAHHHHHHH. Mas de que vale? Continuo sem norte. Meu coração diz para, assim como Ismália, me jogar e voar até chegar ao mar. Sentir a brisa no rosto. Fechar os olhos e ser livre. Por toda a eternidade... Mas Ismália acreditava em sua loucura. Eu não creio em nada. Um vazio é o que sou e o que sinto. Disseram-me que desisti de mim mesmo. Temo que seja verdade. Experimento um niilismo consciente. Silêncio.

sábado, agosto 25, 2007

Ismália - Alphonsus de Guimaraens

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

sexta-feira, agosto 24, 2007

Curtindo a Vida Adoidado



Clássico da juventude. Para todos aqueles que cabularam aula alguma vez na vida, com a desculpa de uma dor inventada, pelo simples prazer de não fazer nada. Ou de curtir a vida!


E como dizem por aí... Salve Ferris!

domingo, agosto 19, 2007

Capuccino

O Sol ilumina o quarto. Você ainda dorme. O dragão em suas costas parece perfeito agora. Enquanto me visto penso na noite perfeita que passamos juntos. Escrevo um bilhete. Ao sair do quarto olho-o ainda uma última vez. Eu queria chorar. Mas você merece um sorriso. Foi um sorriso triste. Adeus. ____________ Enquanto bebo um capuccino, você lê o bilhete: "Sinto muito, mas não posso ficar..."



sábado, agosto 18, 2007

Romeu e Julieta

Julieta – Romeu, Romeu! Ah! por que és tu Romeu? Renega teu pai, despoja-te do nome; ou então, se não quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque uma Capuleto deixarei de ser logo.
(...)
Julieta – Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuaria sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem título. Romeu risca teu nome, e em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira.
Romeu – Sim, aceito tua palavra. Dá-me o nome apenas de amor, que ficarei rebatizado.
(...)
Romeu – Meu nome, cara santa, me é odioso, por ser teu inimigo; se o tivesse diante de mim, escrito, o rasgaria.
(...)
Julieta – Amas-me? Sei que vais dizer-me sim, e creio no que dizes. (...)
Romeu – Por que devo jurar?
Julieta – Não jures nada, ou jura, se o quiseres, por ti mesmo, por tua nobre pessoa, que é o objeto de minha idolatria, assim te creio.
(...)


sexta-feira, agosto 17, 2007

Garden State


- Sabe o que faço ao não me sentir original?
- O que?
- Faço um barulho ou algo que ninguém nunca fez antes e daí me sinto única de novo, mesmo que seja só por um segundo. (...) Se não por outro motivo você será lembrado como aquele que fez essa coisa única.

- Se você não pode rir de si mesmo, a vida vai parecer mais longa do que gostaria. (...) Você tem que rir. Não digo que eu não chore. Mas também dou risada. Eu sei que é bobagem levar as coisas a sério demais. 

- Está aí dentro agora.
- O quê?
- Minha mãe diz isso quando estou pensativa. Estou olhando pra você, e está me contando essa história, e você definitivamente está aí dentro agora.

Boa sorte explorando o abismo infinito


domingo, agosto 12, 2007

PAIÊÊÊ

"Ser e não ser se confundem. Difícil e fácil se provocam. Longo e curto realçam-se. Frente e costas se sucedem. Por isso, o sábio trava conhecimento sem afirmações categóricas e lança seus ensinamentos sem palavras. As diferentes coisas crescem depressa, mas ele não descuida delas. Ele produz, mas não reclama posse. Age, mas não vangloria dos resultados. Alcança sucesso, mas não reinvindica crédito. Por não almejar o mérito, este lhe é inerente!" LAO-TSÉ


Para o meu pai. A pessoa mais sábia que conheço. A melhor pessoa do mundo. Obrigado pelo que representa em minha vida. Obrigado pelo que fez de mim. Te Amo Sempre

sábado, agosto 11, 2007

Volta às aulas!!!


A PROPAGANDA É 
A ALMA DO NEGÓCIO

quinta-feira, agosto 09, 2007

O Palhaço Do Circo Sem Futuro



Sou palhaço do circo sem futuro
Um sorriso pintado a noite inteira
O cinema do fogo
Numa tarde embalada de poeira
Circo pegando fogo
Palhaçada
Circo pegando fogo
E a lona rasgada no alto
No globo os artistas da morte
E essa tragédia que é viver
E essa tragédia/Tanto amor que fere e cansa




O Palhaço do Circo Sem Futuro (ou A Tragetória da Terra)
Música do Cordel do Fogo Encantado

quarta-feira, agosto 08, 2007

Agosto 1964 - Ferreira Gullar

Entre lojas de flores e de sapatos, bares,
mercados, butiques,
viajo
num ônibus Estrada de Ferro - Leblon.
Viajo do trabalho, a noite em meio,
fatigado de mentiras.

O ônibus sacoleja. Adeus, Rimbaud,
relógios de lilazes, concretismo,
neoconcretismo, ficções da juventude, adeus,
que a vida
eu a compro à vista aos donos do mundo.
Ao peso dos impostos, o verso sufoca,
a poesia agora responde a inquérito
policial-militar.

Digo adeus à ilusão
Mas não ao mundo. Mas não à vida,
meu reduto e meu reino.
Do salário injusto,
da punição injusta,
da humilhação, da tortura,
do terror,
retiramos algo e com ele construímos
um artefato.


Minha sincera admiração à todos aqueles que lutaram de alguma forma contra a ditadura militar.

terça-feira, agosto 07, 2007

Teatro

Galera do teatro em uma de nossas apresentações (Eu sou a coelha)

Só atingimos os estados de êxtase, ou de arrebatamento, dramatizando a existência.   Georges Bataille

segunda-feira, agosto 06, 2007

Arriscar - Sêneca

Rir é correr o risco de parecer tolo. Chorar é correr o risco de parecer sentimental. Estender a mão é correr o risco de se envolver. Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu. Defender seus sonhos e idéias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas. Amar é correr o risco de não ser correspondido. Viver é correr o risco de morrer. Confiar é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de fracassar.
Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada. Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada. Elas podem evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem. Acorrentados por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade. Somente a pessoa que corre riscos é livre!


sábado, agosto 04, 2007

O que pensava Buda

Não acrediteis numa coisa apenas por ouvir dizer. Não acrediteis na fé das tradições só porque foram transmitidas por longas gerações. (...) Não acrediteis no que imaginastes, pensando que um ser superior o revelou. (...) Mas aquilo que por vós mesmos experimentastes, provastes e reconhecestes verdadeiro, aquilo que corresponde ao vosso bem e ao bem dos outros - isso deveis aceitar.

As coisas não existem da maneira que pensam os homens comuns e ignorantes da Verdade: elas existem no sentido de que não têm realidade própria. E desde que elas não existam na realidade, são uma ilusão que é decorrente da ignorância. É a essa ilusão que se apegam os homens ignorantes da Verdade. Eles consideram todas as coisas como reais, quando, na verdade, nenhuma é real.

Não corras atrás do passado,
Não busques o futuro,
O passado passou.
O futuro ainda não chegou.
Vê, claramente, diante de ti o Agora.
Quando o tiveres encontrado
Viverás o tranquilo e imperturbável estado mental.

sexta-feira, agosto 03, 2007

quinta-feira, agosto 02, 2007

Quatro versos

foto de Nuno Estrela


Parte o trem
E com ele meu amor
Deixa-me o dia sem cor
Fica a vida e a dor

quarta-feira, agosto 01, 2007

Ouvir estrelas - Olavo Bilac

- Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso! - E eu vos direi, no entanto
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do Sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: - Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?

E eu vos direi: - Ama para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.

segunda-feira, julho 30, 2007

Janela sobre herança - Eduardo Galeano

Pola Bonilla modelava barros e crianças. Ela era ceramista de mão-cheia e mestre-escola nos campos de Maldonado, e nos verões oferecia aos turistas suas esculturas e chocolate com churros.
Pola adotou um negrinho nascido na pobreza, dos muitos que chegam ao mundo sem ter com quê, e criou-o como se fosse um filho.
Quando ela morreu, ele já era homem crescido e com ofício. Então os parentes de Pola disseram:
- Entre na casa e pode levar o que quiser.
E ele saiu com uma fotografia dela debaixo do braço e se perdeu nos caminhos.

domingo, julho 29, 2007

É sempre um prazer


E de um povo heróico o brado retumbante
brilhou no céu da pátria nesse instante ...

Vês que um filho teu não foge à luta
nem teme quem te adora à própria morte ...

Terra adorada
entre outras mil
és tu Brasil
ó pátria amada

Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada
BRASIL!!!

sexta-feira, julho 27, 2007

Soneto de Separação - Vinícius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se triste o que se fez amante
E do sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

...em que momento tudo desmoronou?... eu só pisquei os olhos... Um dia você sorri para vida e no outro ela ri de você

quinta-feira, julho 26, 2007

Minha dor


Não adianta chorar. Não adianta gritar. Dói na alma. No âmago do coração. A dor chega na garganta. A respiração começa a ser sentida segundo a segundo. Nossa... Como dói... Mas lágrimas não fazem parar de doer... Gritos não diminuem a dor... Espero que sofrer adiante... =´(

quarta-feira, julho 25, 2007

Porque a gente é assim...

Estou perdida. Giro, giro, giro. E quanto mais eu giro mais tonta fico e mais perdida me acho. Traço um caminho e parece muito claro. Parece fácil andar por ele. Mas porque as coisas não são como parecem? O tempo passa e quando me dou conta não há mais tempo. E quando olho pra trás, me animo. E ao olhar pra frente, respiro e caminho. Afinal, nossa vida está em nossas mãos. O dia a dia depende de nós. Nossas escolhas cabem à nós próprios. Sempre há escolha. Não há desculpa para a covardia. Erguer a cabeça e seguir em frente. O risco existe, de fato. Mas acomodar-se não pode ser uma solução. Pensar que tudo na vida é uma questão de visão, pode ser encorajador. Cada pessoa vê as coisas de uma forma. A sociedade tem uma visão. Não quer dizer que seja o correto. O receio da avaliação social deve ser posto de lado. Não dá pra ser inteiramente você, com seus sonhos e desejos e metas e vontades e castelos e sorrisos, quando nos preocupamos com opiniões alheias e esteriótipos sociais. É preciso ter coragem para amadurecer. Que venha a evolução!



terça-feira, julho 24, 2007

F.R.I.E.N.D.S


"ADMIRAMOS O MUNDO ATRAVÉS DO QUE AMAMOS"
Lamartine

segunda-feira, julho 23, 2007

Direita Volver!

Como podemos perceber hoje, a esquerda parece ter perdido a batalha: o mundo soviético ruiu, nunca houve tanta miséria e concentração de renda, o sistema político norte-americano – o chamado neoliberalismo – parece o único destino possível para as nações (...)
Quanto a cultura norte-americana, ela se espalha por todo o planeta através de redes intercontinentais de telecomunicações.
Mas não é só isso. Fomos assistindo, aos poucos, a uma incrível despolitização da vida. Os jovens de hoje não se mobilizam diante das questões políticas (...) Acham os “papos-cabeça” cansativos (...) Admiram a cultura americana, lêem pouco e muitos não sabem quem foi Karl Marx.
(...) E vamos nos tornando insensíveis à miséria e às diferenças sociais na mesma proporção em que elas crescem, tornam-se visíveis e nos alcançam em cada esquina da cidade. Adquirimos diante desse mundo, violento e hostil, uma postura do tipo “a responsabilidade não é minha”, impensável nos idos anos 60.
Está certo que viver a radicalização daquela época não era fácil, que tínhamos medo. Não o medo psicológico. Era o medo físico do cassetete e da prisão.
(...) Mas era maravilhoso crer. Ter um ideal, sonhar com ele e nos sentir participantes da construção de um mundo que pensávamos melhor – e, em grupo! Como era bom ter claro diante dos olhos quem eram os amigos e defender diante da vida uma posição ética.
Perder isso foi a grande derrota. Quando John Lennon disse sua mais célebre frase “O sonho não acabou”, ele não se referia ao fim da mais famosa banda de rock que existiu no mundo, mas à perda de um sentido e de uma direção.

Livro “Caminhando contra o vento – Adolescente dos anos 60” de Cristina Costa