Como podemos perceber hoje, a esquerda parece ter perdido a batalha: o mundo soviético ruiu, nunca houve tanta miséria e concentração de renda, o sistema político norte-americano – o chamado neoliberalismo – parece o único destino possível para as nações (...)
Quanto a cultura norte-americana, ela se espalha por todo o planeta através de redes intercontinentais de telecomunicações.
Mas não é só isso. Fomos assistindo, aos poucos, a uma incrível despolitização da vida. Os jovens de hoje não se mobilizam diante das questões políticas (...) Acham os “papos-cabeça” cansativos (...) Admiram a cultura americana, lêem pouco e muitos não sabem quem foi Karl Marx.
(...) E vamos nos tornando insensíveis à miséria e às diferenças sociais na mesma proporção em que elas crescem, tornam-se visíveis e nos alcançam em cada esquina da cidade. Adquirimos diante desse mundo, violento e hostil, uma postura do tipo “a responsabilidade não é minha”, impensável nos idos anos 60.
Está certo que viver a radicalização daquela época não era fácil, que tínhamos medo. Não o medo psicológico. Era o medo físico do cassetete e da prisão.
(...) Mas era maravilhoso crer. Ter um ideal, sonhar com ele e nos sentir participantes da construção de um mundo que pensávamos melhor – e, em grupo! Como era bom ter claro diante dos olhos quem eram os amigos e defender diante da vida uma posição ética.
Perder isso foi a grande derrota. Quando John Lennon disse sua mais célebre frase “O sonho não acabou”, ele não se referia ao fim da mais famosa banda de rock que existiu no mundo, mas à perda de um sentido e de uma direção.
Livro “Caminhando contra o vento – Adolescente dos anos 60” de Cristina Costa
Quanto a cultura norte-americana, ela se espalha por todo o planeta através de redes intercontinentais de telecomunicações.
Mas não é só isso. Fomos assistindo, aos poucos, a uma incrível despolitização da vida. Os jovens de hoje não se mobilizam diante das questões políticas (...) Acham os “papos-cabeça” cansativos (...) Admiram a cultura americana, lêem pouco e muitos não sabem quem foi Karl Marx.
(...) E vamos nos tornando insensíveis à miséria e às diferenças sociais na mesma proporção em que elas crescem, tornam-se visíveis e nos alcançam em cada esquina da cidade. Adquirimos diante desse mundo, violento e hostil, uma postura do tipo “a responsabilidade não é minha”, impensável nos idos anos 60.
Está certo que viver a radicalização daquela época não era fácil, que tínhamos medo. Não o medo psicológico. Era o medo físico do cassetete e da prisão.
(...) Mas era maravilhoso crer. Ter um ideal, sonhar com ele e nos sentir participantes da construção de um mundo que pensávamos melhor – e, em grupo! Como era bom ter claro diante dos olhos quem eram os amigos e defender diante da vida uma posição ética.
Perder isso foi a grande derrota. Quando John Lennon disse sua mais célebre frase “O sonho não acabou”, ele não se referia ao fim da mais famosa banda de rock que existiu no mundo, mas à perda de um sentido e de uma direção.
Livro “Caminhando contra o vento – Adolescente dos anos 60” de Cristina Costa