sábado, agosto 25, 2007

Ismália - Alphonsus de Guimaraens

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

sexta-feira, agosto 24, 2007

Curtindo a Vida Adoidado



Clássico da juventude. Para todos aqueles que cabularam aula alguma vez na vida, com a desculpa de uma dor inventada, pelo simples prazer de não fazer nada. Ou de curtir a vida!


E como dizem por aí... Salve Ferris!

domingo, agosto 19, 2007

Capuccino

O Sol ilumina o quarto. Você ainda dorme. O dragão em suas costas parece perfeito agora. Enquanto me visto penso na noite perfeita que passamos juntos. Escrevo um bilhete. Ao sair do quarto olho-o ainda uma última vez. Eu queria chorar. Mas você merece um sorriso. Foi um sorriso triste. Adeus. ____________ Enquanto bebo um capuccino, você lê o bilhete: "Sinto muito, mas não posso ficar..."



sábado, agosto 18, 2007

Romeu e Julieta

Julieta – Romeu, Romeu! Ah! por que és tu Romeu? Renega teu pai, despoja-te do nome; ou então, se não quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque uma Capuleto deixarei de ser logo.
(...)
Julieta – Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuaria sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem título. Romeu risca teu nome, e em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira.
Romeu – Sim, aceito tua palavra. Dá-me o nome apenas de amor, que ficarei rebatizado.
(...)
Romeu – Meu nome, cara santa, me é odioso, por ser teu inimigo; se o tivesse diante de mim, escrito, o rasgaria.
(...)
Julieta – Amas-me? Sei que vais dizer-me sim, e creio no que dizes. (...)
Romeu – Por que devo jurar?
Julieta – Não jures nada, ou jura, se o quiseres, por ti mesmo, por tua nobre pessoa, que é o objeto de minha idolatria, assim te creio.
(...)


sexta-feira, agosto 17, 2007

Garden State


- Sabe o que faço ao não me sentir original?
- O que?
- Faço um barulho ou algo que ninguém nunca fez antes e daí me sinto única de novo, mesmo que seja só por um segundo. (...) Se não por outro motivo você será lembrado como aquele que fez essa coisa única.

- Se você não pode rir de si mesmo, a vida vai parecer mais longa do que gostaria. (...) Você tem que rir. Não digo que eu não chore. Mas também dou risada. Eu sei que é bobagem levar as coisas a sério demais. 

- Está aí dentro agora.
- O quê?
- Minha mãe diz isso quando estou pensativa. Estou olhando pra você, e está me contando essa história, e você definitivamente está aí dentro agora.

Boa sorte explorando o abismo infinito


domingo, agosto 12, 2007

PAIÊÊÊ

"Ser e não ser se confundem. Difícil e fácil se provocam. Longo e curto realçam-se. Frente e costas se sucedem. Por isso, o sábio trava conhecimento sem afirmações categóricas e lança seus ensinamentos sem palavras. As diferentes coisas crescem depressa, mas ele não descuida delas. Ele produz, mas não reclama posse. Age, mas não vangloria dos resultados. Alcança sucesso, mas não reinvindica crédito. Por não almejar o mérito, este lhe é inerente!" LAO-TSÉ


Para o meu pai. A pessoa mais sábia que conheço. A melhor pessoa do mundo. Obrigado pelo que representa em minha vida. Obrigado pelo que fez de mim. Te Amo Sempre

sábado, agosto 11, 2007

Volta às aulas!!!


A PROPAGANDA É 
A ALMA DO NEGÓCIO

quinta-feira, agosto 09, 2007

O Palhaço Do Circo Sem Futuro



Sou palhaço do circo sem futuro
Um sorriso pintado a noite inteira
O cinema do fogo
Numa tarde embalada de poeira
Circo pegando fogo
Palhaçada
Circo pegando fogo
E a lona rasgada no alto
No globo os artistas da morte
E essa tragédia que é viver
E essa tragédia/Tanto amor que fere e cansa




O Palhaço do Circo Sem Futuro (ou A Tragetória da Terra)
Música do Cordel do Fogo Encantado

quarta-feira, agosto 08, 2007

Agosto 1964 - Ferreira Gullar

Entre lojas de flores e de sapatos, bares,
mercados, butiques,
viajo
num ônibus Estrada de Ferro - Leblon.
Viajo do trabalho, a noite em meio,
fatigado de mentiras.

O ônibus sacoleja. Adeus, Rimbaud,
relógios de lilazes, concretismo,
neoconcretismo, ficções da juventude, adeus,
que a vida
eu a compro à vista aos donos do mundo.
Ao peso dos impostos, o verso sufoca,
a poesia agora responde a inquérito
policial-militar.

Digo adeus à ilusão
Mas não ao mundo. Mas não à vida,
meu reduto e meu reino.
Do salário injusto,
da punição injusta,
da humilhação, da tortura,
do terror,
retiramos algo e com ele construímos
um artefato.


Minha sincera admiração à todos aqueles que lutaram de alguma forma contra a ditadura militar.

terça-feira, agosto 07, 2007

Teatro

Galera do teatro em uma de nossas apresentações (Eu sou a coelha)

Só atingimos os estados de êxtase, ou de arrebatamento, dramatizando a existência.   Georges Bataille

segunda-feira, agosto 06, 2007

Arriscar - Sêneca

Rir é correr o risco de parecer tolo. Chorar é correr o risco de parecer sentimental. Estender a mão é correr o risco de se envolver. Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu. Defender seus sonhos e idéias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas. Amar é correr o risco de não ser correspondido. Viver é correr o risco de morrer. Confiar é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de fracassar.
Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada. Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada. Elas podem evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem. Acorrentados por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade. Somente a pessoa que corre riscos é livre!


sábado, agosto 04, 2007

O que pensava Buda

Não acrediteis numa coisa apenas por ouvir dizer. Não acrediteis na fé das tradições só porque foram transmitidas por longas gerações. (...) Não acrediteis no que imaginastes, pensando que um ser superior o revelou. (...) Mas aquilo que por vós mesmos experimentastes, provastes e reconhecestes verdadeiro, aquilo que corresponde ao vosso bem e ao bem dos outros - isso deveis aceitar.

As coisas não existem da maneira que pensam os homens comuns e ignorantes da Verdade: elas existem no sentido de que não têm realidade própria. E desde que elas não existam na realidade, são uma ilusão que é decorrente da ignorância. É a essa ilusão que se apegam os homens ignorantes da Verdade. Eles consideram todas as coisas como reais, quando, na verdade, nenhuma é real.

Não corras atrás do passado,
Não busques o futuro,
O passado passou.
O futuro ainda não chegou.
Vê, claramente, diante de ti o Agora.
Quando o tiveres encontrado
Viverás o tranquilo e imperturbável estado mental.

sexta-feira, agosto 03, 2007

quinta-feira, agosto 02, 2007

Quatro versos

foto de Nuno Estrela


Parte o trem
E com ele meu amor
Deixa-me o dia sem cor
Fica a vida e a dor

quarta-feira, agosto 01, 2007

Ouvir estrelas - Olavo Bilac

- Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso! - E eu vos direi, no entanto
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do Sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: - Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?

E eu vos direi: - Ama para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.