sábado, dezembro 25, 2010

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Fechando ciclos - Fernando Pessoa

"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final... Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu... Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora... Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do 'momento ideal'. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida... Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.”

terça-feira, dezembro 21, 2010

Com mil perdões mas,

como ser mãe pode te tornar patética! Pelo menos é de um jeito "bonitinho".

Chapas de Viagem - Vigésima terceira

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Vida desperta

Um amigo me disse, certa vez, que o maior erro que podemos cometer é acharmos que estamos vivos quando, na verdade, estamos dormindo na sala de espera da vida. O segredo é combinarmos as habilidades racionais da vida desperta com as possibilidades infinitas de nossos sonhos. Se soubermos fazê-lo, poderemos fazer qualquer coisa. Já teve um emprego que odiava e ao qual se dedicava muito? Depois de trabalhar o dia todo, você chega em casa, deita e fecha os olhos. Aí você acorda e percebe que o dia de trabalho havia sido um sonho. Já é ruim o bastante que vendamos nossa vida desperta por um salário mínimo, mas, agora, eles ficam com seus sonhos de graça.

Waking Life

quinta-feira, dezembro 16, 2010

Chapas de Viagem - Décima Terceira

vó: ela está lá fora olhando 'pra lua.

mãe: ah. Ela é assim mesmo. o que eu vou fazer? ELA É BOA

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma para poupar a vida. (Marina Colassanti)

domingo, dezembro 12, 2010

She & Him

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Todos estão surdos

Desde o começo do mundo
Que o homem sonha com a paz
Ela está dentro dele mesmo
Ele tem a paz e não sabe
É só fechar os olhos e olhar pra dentro de si mesmo

Tanta gente se esqueceu
Que a verdade não mudou
Quando a paz foi ensinada
Pouca gente escutou
Meu Amigo volte logo
Venha ensinar meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo

Outro dia, um cabeludo falou:
"Não importam os motivos da guerra
A paz ainda é mais importante que eles."
Esta frase vive nos cabelos encaracolados
Das cucas maravilhosas
Mas se perdeu no labirinto
Dos pensamentos poluídos pela falta de amor.
Muita gente não ouviu porque não quis ouvir
Eles estão surdos!

Tanta gente se esqueceu
Que o amor só traz o bem
Que a covardia é surda
E só ouve o que convém
Mas meu Amigo volte logo
Vem olhar pelo meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo

Um dia o ar se encheu de amor
E em todo o seu esplendor as vozes cantaram.
Seu canto ecoou pelos campos
Subiu as montanhas e chegou ao universo
E uma estrela brilhou mostrando o caminho
“Glória a Deus nas alturas
E paz na Terra aos homens de boa vontade”

Tanta gente se afastou
Do caminho que é de luz
Pouca gente se lembrou
Da mensagem que há na cruz
Meu Amigo volte logo
Venha ensinar meu povo
Que o amor é importante
Vem dizer tudo de novo



Composição: Roberto e Erasmo

terça-feira, dezembro 07, 2010

Marx

A religião é o suspiro da criatura aflita, o estado de ânimo de um mundo sem coração, o espírito da situação sem espírito. A religião é o ópio do povo.

domingo, dezembro 05, 2010

Indivisíveis - Quintana

O meu primeiro amor e eu sentávamos numa pedra 
Que havia num terreno baldio entre as nossas casas.

Falávamos de coisas bobas, 
Isto é, que a gente achava bobas 
Como qualquer troca de confidências entre crianças de cinco anos. 
Crianças…

Parecia que entre um e outro nem havia ainda separação de sexos 
A não ser o azul imenso dos olhos dela, 
Olhos que eu não encontrava em ninguém mais, 
Nem no cachorro e no gato da casa,

Que tinham apenas a mesma fidelidade sem compromisso 
E a mesma animal – ou celestial – inocência, 
Porque o azul dos olhos dela tornava mais azul o céu: 
Não, não importava as coisas bobas que disséssemos.

Éramos um desejo de estar perto, tão perto 
Que não havia ali apenas duas encantadas criaturas 
Mas um único amor sentado sobre uma tosca pedra,

Enquanto a gente grande passava, caçoava, ria-se, não sabia 
Que eles levariam procurando uma coisa assim por toda a sua vida…

sábado, dezembro 04, 2010

Ao Luar - Augusto dos Anjos

Quando, à noite, o Infinito se levanta
À luz do luar, pelos caminhos quedos
Minha tátil intensidade é tanta
Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!

Quebro a custódia dos sentidos tredos
E a minha mão, dona, por fim, de quanta
Grandeza o Orbe estrangula em seus segredos,
Todas as coisas íntimas suplanta!

Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado
Nos paroxismos da hiperestesia,
O Infinitésimo e o Indeterminado...

Transponho ousadamente o átomo rude
E, transmudado em rutilância fria,
Encho o Espaço com a minha plenitude!

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Mandrake

Mandrake: E agora?
Wexler: Agora o quê?
Mandrake: O que que a gente faz com essa galinha?
Wexler: Come, porra.
Mandrake: Não, eu estava brincando. Não vou comer e ainda mais depois de ter visto ela viva.
Wexler: Ah, mas um criminalista filantrópico como você devia se orgulhar de receber uma galinha em vez de seus honorários, não é. Só espero que seu próximo cliente não pague você com porco. Pena que galinha não voa, porque senão você podia oferecer a liberdade a ela. Abria a janela e libertava-a do jugo humano.
Mandrake: Claro que galinha voa.
Wexler: Não voa.
Mandrake: Voa.
Wexler: Galinha não voa. Ave que voa é pássaro.
Mandrake: Galinha voa.
Wexler: Não voa. Quer dizer, só se for uma galinha transgênica.
Mandrake: Bobagem, Wexler. Galinha voa.
Wexler: Olha, eu não vou ficar aqui discutindo essa coisa ridícula com você, Mandrake.
Mandrake: Quer apostar?

e vai a galinha janela abaixo

episódio Amparo

quinta-feira, dezembro 02, 2010

quarta-feira, dezembro 01, 2010

de hoje

"São as palavras que ficam por dizer que mais nos pesam, (...)"

sexta-feira, novembro 26, 2010

debaixo do chuveiro

Garota eu vou pra Califórnia
Viver a vida sobre as ondas
Vou ser artista de cinema
O meu destino é ser star...

quinta-feira, novembro 25, 2010

Último Tango em Paris


"Se a música alimenta o amor, que toquem!"

quarta-feira, novembro 24, 2010

Get me away from here I´m dying

Ooh! Get me away from here I'm dying
Play me a song to set me free
Nobody writes them like they used to
So it may as well be me
Here on my own now after hours

Belle and Sebastian

terça-feira, novembro 23, 2010

Pablo Neruda

Eu me despeço.
Volto à minha casa, em meus sonhos. 
Volto à Patagônia, aonde o vento golpeia os estábulos e salpica de frescor o Oceano.
Sou nada mais que um poeta: amo a todos, ando errante pelo mundo que amo.
Em minha pátria, prende-se mineiros e os soldados mandam mais que os juízes.
Entretanto, amo até mesmo as raízes de meu pequeno país frio.
Se tivesse que morrer mil vezes, ali quero morrer.
Se tivesse que nascer mil vezes, ali quero nascer. 
Perto da araucária selvagem, do vendaval que vem do sul,
das campanas recém compradas.
Que ninguém pense em mim.
Pensemos em toda a terra, golpeando com amor a mesa.
Não quero que volte o sangue... 
a molhar o pão, os feijões, a música:
quero que venha comigo o mineiro, 
a criança, o advogado, o marinheiro, o fabricante de bonecas.
Que entremos no cinema e bebamos o vinho mais tinto.
Eu não vim para resolver nada.
Vim aqui para cantar e quero que cantes comigo.

segunda-feira, novembro 22, 2010

joke

domingo, novembro 21, 2010

Folhas da relva

Juro que a terra será
Seguramente completa
Para aquele ou aquela
Que for completo:
A terra continua partida e rota 
Só para aquele ou aquela
Que continua partido e roto.
Juro não existir grandeza ou força
Que não incite as da terra,
Não pode haver teoria de algum valor
Que não reitere a teoria da terra,
Nem canto, ou religião, ou política,
Modo de ser ou o que seja
Que apresente algum valor
A menos que se compare
Com a amplitude da terra,
A menos que defronte a exatidão,
A vitalidade, imparcialidade,
A retidão da terra. (...)
Juro que vejo uma coisa melhor
Que dizer o melhor:
É deixar o melhor por dizer.
Quando me empenho em dizer o melhor,
Descubro que não posso:
É ineficaz minha língua em seus fulcros,
Meu alento não quer obedecer
Aos orgãos competentes,
Torno-me um homem mudo. (...)

Walt Whitman

sábado, novembro 20, 2010

Chapas de Viagem - Décima Segunda

ou você está em um dia anti social?

"Beleza e glória das coisas o olho é que põe. Bonito é o desnecessário. É pelo olho que o homem floresce."

Nina Harper

ANA M. 
''Ela é mais que um sorriso tímido de canto de boca, dos que você sabe que ela soube o que você quis dizer. Ela fala com o coração e sabe que o amor, não é qualquer um que consegue ter. Ela é a sensibilidade de alguém que não entende o que veio fazer nessa vida, mas vive." Caio F. 

Certa manhã, quando Gregor Samsa abriu os olhos, após um sono inquieto, viu-se transformado num monstruoso inseto.

Wildwood Flower - Reese Whiterspoon

sexta-feira, novembro 19, 2010

Livro: A Metamorfose


"Certa manhã, quando Gregor Samsa abriu os olhos, após um sono inquieto, viu-se transformado num monstruoso inseto."

sexta-feira, novembro 12, 2010

Quase Sem Querer - Legião Urbana

Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso,
Só que agora é diferente:
Estou tão tranquilo e tão contente.
Quantas chances desperdicei,
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém?!...
Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira,
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo.
Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.
Tão correto e tão bonito;
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos!
Sei que, às vezes, uso
Palavras repetidas,
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que eu percebi
Como lhe quero tanto.
Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.

sexta-feira, novembro 05, 2010

quinta-feira, novembro 04, 2010

homens e as rodas

Kitty: Jackie, quando chegarmos à Mostra de Carros, eles vão nos ignorar.
Jackie: Mrs. Forman, eu sou uma garota linda, com uma estridente voz de comando. Sou difícil de ser ignorada.
Kitty: Ok, mas nós não podemos competir com um monte de carros. As rodas são como seios para os homens, e um carro tem quatro.

that 70´s show

quarta-feira, novembro 03, 2010

Cecília me surgiu assim...

"O Amor...

É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os
fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!"


Cecília Meireles

sexta-feira, outubro 29, 2010

A Alma do Vinho - Baudelaire

A alma do vinho assim cantava nas garrafas:
"Homem, ó desherdado amigo, eu te compús,
Nesta prisão de vidro e lacre em que me abafas,
Um cântico em que há só fraternidade e luz!

Bem sei quanto custa, na colina incendida,
De causticante sol, de suor e de labor,
Para fazer minha alma e engendrar minha vida;
Mas eu não hei de ser ingrato e corruptor,

Porque eu sinto um prazer imenso quando baixo
À guela do homem que já trabalhou demais,
E seu peito abrasante é doce tumba que acho
Mais propícia ao prazer que as adegas glaciais.

Não ouves retinir a domingueira toada
E esperanças chalrar em meu seio, febrís?
Cotovelos na mesa e manga arregaçada,
Tu me hás de bendizer e tu serás feliz:

Hei de acender-te o olhar da esposa embevecida;
A teu filho farei voltar a força e a cor
E serei para tão tenro atleta da vida
Como o óleo que os tendões enrija ao lutador.

Sobre ti tombarei, vegetal ambrosia,
Grão precioso que lança o eterno Semeador,
Para que enfim do nosso amor nasça a poesia
Que até Deus subirá como uma rara flor!"

quinta-feira, outubro 28, 2010

terça-feira, outubro 26, 2010

Dois velhinhos

Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo. 
Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora. 
Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. 
Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro: 
— Um cachorro ergue a perninha no poste. 
Mais tarde: 
— Uma menina de vestido branco pulando corda. 
Ou ainda: 
— Agora é um enterro de luxo. 
Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.  
Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo. 
Cochilou um instante — era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.

Dalton Trevisan

segunda-feira, outubro 25, 2010

Edward Sharpe & The Magnetic Zeros



La, la, la, la, take me home.
Daddy, I'm coming home.

sexta-feira, outubro 22, 2010

Cinema Paradiso

Era uma vez um rei que fez uma festa na qual estavam as princesas mais bonitas do reino. Um soldado que estava de guarda viu passar a filha do rei. Era a mais bonita de todas, e ficou logo apaixonado, mas o que podia fazer um pobre soldado em relação à filha do rei? Por fim, um dia conseguiu encontrá-la e disse-lhe que não podia mais viver sem ela. A princesa ficou tão comovida por aquele forte sentimento que disse ao soldado: “Se conseguir esperar 100 dias e 100 noites debaixo da minha janela, acabarei sendo sua”. O soldado foi logo para lá e esperou um dia, dois dias, dez, e depois vinte. E toda a noite, a princesa controlava pela janela, mas ele nunca se movia. Podia chover, ventar, nevar, que ele continuava lá. Os pássaros sujavam a cabeça dele, as abelhas comiam-no vivo, mas ele não se movia. Depois de 90 noites, estava emagrecido, esbranquiçado, as lágrimas lhe caíam rosto abaixo sem poder segurá-las porque nem forças para dormir ele tinha. Entretanto, a princesa ficava olhando para ele. E na 99ª noite, o soldado se levantou, pegou sua cadeira e foi embora.

quinta-feira, outubro 21, 2010

Mas cá entre nós,

criança é um saco! Haja paciência! Educar é árdua tarefa... O futuro pode até depender delas, mas o presente ao seu lado pode ser bem cansativo. Fica uma família inteira achando graça daquele molequinho sem graça... BLÁH! Cadê meu livro?

desabafo de uma adolescência sem causa

quarta-feira, outubro 20, 2010

segunda-feira, outubro 18, 2010

O Grande Ditador

Desculpe! Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar - se possível - judeus, gentios, negros, brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades. O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma do homem... Levantou no mundo as muralhas do ódio... E tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. A aviação e o rádio aproximaram-se muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloquente à bondade do homem... Um apelo à fraternidade universal... À união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora... Milhões de desesperados, homens, mulheres, crianças... Vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!" A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... Da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem os homens, a liberdade nunca perecerá. Soldados! Não vos entregueis a esses brutais que vos desprezam, que vos escravizam, que arregimentam as vossas vidas, que ditam os vossos atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... Os que não se fazem amar e os inumanos. Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! Estás em vós! Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... De fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... Um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice. É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos. Hannah estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

domingo, outubro 17, 2010

Substância

Me refugio nos livros:
eles não me traem.
Sou das esquisitices
de ficar olhando joaninhas
como ponto final.

Um dia meu olho
vira letra
ou grilo
e sai voando.

Escuto a torneira
pingando
pego o som
descrevo a água.

Um copo de palavras
me sustenta.

Haydée S. Hostin Lima

sexta-feira, outubro 15, 2010

"


"Os opostos se distraem, os dispostos se atraem."

quinta-feira, outubro 14, 2010

A Bela e a Fera

"Eu desconfio que a morte vem. Morte?

Será que uma vez os tão longos dias terminem?

Assim devaneio calma, quieta. Será que a morte é um blefe? Um truque da vida? É perseguição?

E assim é.

O dia começara às quatro da manhã, sempre acordara cedo, já encontrando na pequena copa a garrafa térmica cheia de café. Tomou uma xícara morna e lá ia deixá-la para Augusta lavar, quando se lembrou de que a velha Augusta pedira licença por um mês para ver seu filho.

Teve preguiça do longo dia que se seguiria: nenhum compromisso, nenhum dever, nem alegrias nem tristezas."


Clarice Lispector no livro A Bela e a Fera

quinta-feira, outubro 07, 2010

Filosofia de Eric Forman

Essas coisas me fizeram pensar... Porquê estou com pressa de crescer? Sabe, a vida é como um trem. Está vindo em sua direção e adivinhe: vai te atropelar! Você pode correr, mesmo ele ainda estando longe. Ou pode pegar uma cadeira, abrir uma cerveja e ficar observando ele se aproximar.

That 70´s Show

segunda-feira, outubro 04, 2010

domingo, outubro 03, 2010

quinta-feira, setembro 30, 2010

Fala-nos da Liberdade

Às portas da cidade e em vossos lares, eu vos vi prosternar-vos e adorar vossa própria liberdade,
Como escravos que se humilham perante um tirano e glorificam-no embora os destrua.
Sim, na alameda do templo e à sombra da cidadela, tenho visto os mais livres dentre vós carregar sua liberdade como um jugo e um grilhão.
E meu coração sangrou dentro de mim; pois só podereis libertar-vos quando até mesmo o desejo de procurar a liberdade se tornar um jugo para vós, e quando cessardes de falar da liberdade como de uma meta e de um fim.
Sereis, na verdade, livres, não quando vossos dias estiverem sem preocupação e vossas noites sem necessidades e sem aflição,
Mas, antes, quando essas coisas sobrecarregarem vossa vida e, entretanto, conseguirdes elevar-vos acima delas, desnudos e desatados.
E como vos elevareis acima de vossos dias e de vossas noites se não quebrardes as cadeias com que, na madrugada de vossa compreensão, prendestes vossa hora meridiana?
Na verdade, o que chamais liberdade é a mais forte destas cadeias, embora seus anéis cintilem ao sol e vos deslumbrem.
E que quereis rejeitar para serdes livres, senão fragmentos de vós próprios?
Se é uma lei injusta que pretendeis abolir, lembrai-vos de que esta lei foi escrita por vossa própria mão em vossa própria testa.
Não conseguireis extingui-la, queimando vossos códigos nem lavando as faces de vossos juízes, embora despejeis o mar por cima delas.
E se é um déspota que quereis destronar, verificai primeiro se seu trono erguido dentro de vós está destruído.
Pois como poderia um tirano dominar os livres e os altivos se não tivessem tirania na sua própria liberdade e vergonha na sua própria altivez?
E se é uma preocupação que quereis eliminar, essa preocupação foi escolhida por vós mais do que a vós imposta.
E se é um temor que precisais dissipar, o centro desse temor está em vosso coração e não na mão do temido.
Na verdade, todas as coisas movem-se dentro de vós em constante meio enlace, as desejadas e as receadas,  aquelas que vos repugnam e aquelas que vos atraem, aquelas de que fugis e aquelas que procurais.
Essas coisas movem-se dentro de vós como luzes e sombras em pares estreitamente unidos.
E quando a sombra se desvanece e se dissipa, a luz que se demora torna-se a sombra de uma outra luz..
É dessa maneira que vossa liberdade, quando perde seus entraves, transforma-se num entrave para uma liberdade maior.

no livro O Profeta de Khalil Gibran

domingo, setembro 26, 2010

Por John Lennon

When I was 5 years old, my mother always told me that happiness was the key to life. When I went to school, they asked me what I wanted to be when I grew up. I wrote down ‘happy’. They told me I didn’t understand the assignment, and I told them they didn’t understand life.

quinta-feira, setembro 23, 2010

Nova temporada de House!


Everybody Lies

quarta-feira, setembro 22, 2010

O mito do super-herói

“Todo mito de super-herói tem o herói e seu alter ego. Batman é Bruce Wayne. O Homem-Aranha é Peter Parker, quando acorda pela manhã, ele é Peter Parker. Ele precisa pôr um uniforme pra virar o Homem-Aranha. E nesse quesito o Super-Homem se diferencia dos demais. O Super-Homem não virou Super-Homem, ele nasceu Super-Homem. Quando ele acorda de manhã, ele é o Super-Homem. O alter ego dele é o Clark Kent. Seu uniforme, com o “S” vermelho é o cobertor no qual os Kent enrolaram o bebê quando o acharam, é a roupa dele. O que Kent usa, os óculos, o terno, é um disfarce que o Super-Homem usa para se passar por um de nós. Clark Kent é como o Super-Homem nos vê. E quais são as características de Clark Kent? Ele é fraco, é inseguro e covarde. Clark Kent é uma crítica do Super-Homem à toda raça humana.”


Kill Bill Volume 2

terça-feira, setembro 21, 2010

Capítulo 26

(...)
Ele estava usando uma sandália Havaiana toda arrebentada, fiquei com dó do Marcão.
Certeza absoluta, alguém me dedurou, continuou Marcão. Quem iria te dedurar?, eu perguntei. Sei lá, alguém que quer me foder. E quem quer te foder? Sei lá, disse Marcão, agora eu sou bacana e se há uma coisa que ninguém suporta em nenhuma parte do mundo é ver um cara se dando bem na vida. Sandália Havaiana, olhei de novo. Eu venci, ele falou, eu tenho um carro bacana, eu tenho dinheiro, ninguém suporta isso, um preto com dinheiro num carro bacana, um preto entrando num restaurante, um preto numa boa dando risada por aí, eles não toleram, ficam doidos de ódio, a realidade é essa, ele disse, esperamos que as pessoas, inclusive nossos amigos, vivam uma vidinha bem besta, ou então que acabem todos no esgoto de uma vez, que é para a gente não ter que cruzar com eles numa boa por aí, porque nós, todos nós, o ser humano não suporta o sucesso de outro ser humano, nós odiamos o Pelé, ele disse. Eu não odeio o Pelé, eu falei. Nem eu, disse o Marcão, pessoalmente eu não odeio o Pelé, você pessoalmente não odeia o Pelé, mas a nossa alma odeia o Pelé, odiamos o Pelé porque ele não morreu bêbado e pobre, lambendo gramados, e nós achamos isso decente, lamber gramados. Como é que vocês vão me tirar daqui?, ele me perguntou. Ainda não sei, eu disse. (...)


livro O Matador, de Patrícia Melo