sábado, agosto 18, 2007

Romeu e Julieta

Julieta – Romeu, Romeu! Ah! por que és tu Romeu? Renega teu pai, despoja-te do nome; ou então, se não quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque uma Capuleto deixarei de ser logo.
(...)
Julieta – Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuaria sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem título. Romeu risca teu nome, e em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira.
Romeu – Sim, aceito tua palavra. Dá-me o nome apenas de amor, que ficarei rebatizado.
(...)
Romeu – Meu nome, cara santa, me é odioso, por ser teu inimigo; se o tivesse diante de mim, escrito, o rasgaria.
(...)
Julieta – Amas-me? Sei que vais dizer-me sim, e creio no que dizes. (...)
Romeu – Por que devo jurar?
Julieta – Não jures nada, ou jura, se o quiseres, por ti mesmo, por tua nobre pessoa, que é o objeto de minha idolatria, assim te creio.
(...)