domingo, maio 27, 2007

Pronominais - Oswald de Andrade

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco
da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

sábado, maio 26, 2007

Do Belo - Mário Quintana

Nada, no mundo, é, por si mesmo, feio.
Inda a mais vil mulher, inda o mais triste poema,
Palpita sempre neles o divino anseio
Da beleza suprema...

sexta-feira, maio 25, 2007

Dá-lhe juventude!!!

Ativistas ficam nus e se trancam em jaulas nas Ramblas de Barcelona, um dos principais pontos turísticos da cidade espanhola, em protesto à violência contra os animais.

"Eu acredito é na rapaziada
Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé na fé da moçada
Que não foge da fera e enfrenta o leão" (Gonzaguinha)

domingo, maio 20, 2007

Amo Você Mãe

Para Sempre - Drummond

Porque Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar limpo,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

sexta-feira, maio 11, 2007

Velha Infância

Mais um simples dia de sábado. O sol modela uma bela paisagem campestre. Deitada na rede admiro e lembro...
Minha infância...
Passei grande parte dessa fase de minha vida na pequena cidade do interior onde morava até meses atrás, e para onde volto com sorriso no rosto praticamente todos os finais de semana. E como foi bom! Afirmo com deliciosa saudade e gostosa tristeza, que não poderia ter sido mais feliz.
Fui uma criança saudável. Com festa de aniversário, álbum de fotos, cachorro, gincana, piquenique, casa na árvore, banho de piscina. Relembro-me com doçura dos teatros amadores apresentados para a família, onde a improvisação era o que mais divertia. Recordo-me das trilhas feitas pelos morros que terminavam em saborosos banhos de cachoeira e muitas gargalhadas. Guardo na memória o esconde esconde, o pique bandeirinha, a queimada e os apetitosos lanchinhos que minha mãe preparava nos intervalos dessas brincadeiras. Ah... E com intensa alegria, penso nos banhos de chuva!... Os extraordinários banhos de chuva... Com sabor de bolo de chocolate e cheiro de terra molhada. E depois o bolinho de chuva com suco de laranja e o banho quentinho.
Tudo era tão perfeito naqueles tempos... Meu pai, minha mãe, meus irmãos, meus primos, meus avós, os animais... As árvores e as flores eram mais belas e as frutas e o que se comia tinham um doce sabor de felicidade... “Tudo parecia impregnado de eternidade”