segunda-feira, setembro 06, 2010

sem meias palavras

na tarde de inverno
sou folha sem vento
arrastada na enxurrada

rumo ao nada que se esconde
no outro lado dos esgotos
que atravessam silenciosos as
cidades

fosse em paris seria charme

mas aqui às dezoito horas
de um dia chuvoso de agosto
no nordeste brasileiro

sou puro desespero

márcia maia