Estou só. Por hoje. Amanhã, talvez. Não muito mais que isso. Não posso.
A solidão é relativa.
Tomo banho à luz de velas. Tomo banho ao som de poesia cantada. A porta aberta. Estou só.
Por hoje é bom.
O cheiro do incenso libera desejos. Faço planos. Venta na varanda.
Deito na rede e fico a pensar. Coisas banais. Pena que a cidade não veja estrelas.
Elas me confortam. Já a lua desperta minha força. Olhando pra ela sou capaz de ser. Não tenho medo. Minhas utopias concretizam-se de forma abstrata.
Mas a cidade não vê a lua. Não ouve as estrelas. Pena.
Fecho os olhos. Quero dormir. Quem sabe eu sonhe. Queria ver o mar esta noite.
Amanhã decido se estarei só.