domingo, fevereiro 27, 2011

Querido irmão,

(...) eu vou indo... Numa constante batalha com as minhas fraquezas e mente instável.

Traçar metas é fácil, ir ao encontro delas já complica portanto alguns sentimentos precisam ser trabalhados. Abandonar velhos hábitos e criar novos; por mais que o novo possa ser promissor, há um mínimo de lamento ao desprezar o velho. Não busco mais estabilidade espiritual em minha jornada, tenho evitado considerar o metafísico por enquanto, as agruras terrenas já dão o que pensar! Minha luta pessoal, no momento, é por um novo olhar. Não posso ignorar o lirismo que me é nato, mas posso pô-lo no "seu devido lugar". Alguém disse uma vez, "com os olhos nas estrelas, mas com os pés no chão."

(...) Não julgo mais o passado, este só me serve agora para não cometer velhos e novos erros.

(...) Ele parece ótimo. (...) Mencionei-o porque ele sempre me lembra que as coisas são feitas de pequenas mudanças, "um passo de cada vez", e que todo dia é uma nova batalha por si mesmo. Me identifiquei com ele de alguma forma, não estou falando de drogas, estou falando de acordar todo o dia e não ver razão para se levantar. Mudanças para tornarem-se sólidas devem ser gradativas. Vou me empenhar.

Tenho ido na academia frequentemente, tomei gosto pela coisa quem diria. Continuo menosprezando o ambiente, mas tenho sido mais contida e flexível. (...) Nada que o meu maior companheiro não amenize - o velho e bom livro. Faço uma hora de bike e nem vejo passar (...)

(...) Quando eu "crescer" quero ser igual a ela, fazer o que... Eu curto muito a boêmia! Mas daremos um tempo uma da outra, é bom para virar novidade e ser aproveitada com muito mais prazer, e o que é melhor, com a consciência tranquila. Quero alterar a minha consciência pelo deleite da sensação que me é proporcionada, e não para fugir do que quer que seja. (...)

(...) sinceramente, sinto-me bem em saber que vocês estão em bons momentos nas suas vidas porque afinal fizeram e estão fazendo por onde. Esforço e boas ações são meritórios.

Assisti "O Livro de Eli" (...) Até curti a ideia central, o lance da Bíblia como um livro de palavras confortáveis e de esperança para uma humanidade desumanizada, mas o filme em si é banal.

Bom, me despeço aqui.
Sua sempre saudosa irmã





Carta enviada ao meu irmão no dia de hoje