Quantas vezes a
gente pesa na medida e despenca das linhas tênues? Linha tênue é especialmente
desesperador pra mim, que não sou uma grande amiga ou conhecedora das medidas
certas. (...) A que mais me assusta, é também a que eu vivo despencando: a
linha entre amar e estar deslumbrada. Tombo feio. Queda recente, inclusive. Porque
é muito fácil se encantar com um excesso de atenção e admiração precipitada de
um carinha que você aparentemente gosta. E muito natural se acomodar nisso,
como quem deita na cama quentinha, depois de um longo dia frio. Passar a
enxergar nele mil possibilidades e um futuro promissor, como um tipo de
salvação, sem parar pra analisar quem realmente ele é, pra não estragar a magia
da coisa. É fácil e automático ignorar todos os mil indícios de que isso nunca
daria certo e do quanto ele é errado pra você. (...) Depois da queda, eu quis
entender, confesso. Eram mais de 50 porquês, enumerados por ordem de
importância e prontos para serem disparados, como uma metralhadora, sem dó. Só que todo e qualquer questionamento não
passa de um grito no vácuo, fazer perguntas que o outro nem pode responder,
porque eu consigo ver tudo muito mais claro e de um ângulo mais profundo...
(...) Deixa pra lá, viro as costas.
E fica a sensação de que a resposta é essa: Em que mundo eu cogitei a
possibilidade de dar certo com alguém tão sem tudo que me tira o fôlego? Até que durou. Talvez não muito, mas durou
tempo suficiente pra eu ser tempestade - porque é isso que eu sou. Então durou
o que tinha que ter durado. Morto e enterrado volto a me equilibrar. (Marcella Fernanda)
Enviado a mim por uma amiga querida com a seguinte mensagem: "Texto bonitinho e cheio de mágoa em transformação... para desprezo." Obrigada, Mi!
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