..."Como principiante, ele não conhece o medo, mas, ao contrário do discípulo, torna-se cada vez mais completamente indiferente a tudo o que possa amedrontá-lo. Através de longos anos dedicados à meditação ele descobriu que, no fundo, a vida e a morte são uma única coisa, e que ambas pertencem ao mesmo plano do destino. Ele não sente a angústia de viver, nem o temor da morte. Apraz-lhe - e isso é característico do espírito zen - viver no mundo, mas estar sempre preparado para abandoná-lo, sem que a idéia da morte o pertube. Não foi por casualidade que o samurai escolheu a Flor da Cerejeira como seu símbolo. Assim como a pétala, refletindo o pálido raio do Sol matinal, se desprende da flor, o Homem Intrépido se desprende, silenciosa e impassivelmente, da existência"... Eugen Herrigel