Ney Matogrosso e Pedro Luís e a Parede
terça-feira, março 30, 2010
Invictus - William Ernest Henley
Fora da noite que me cobre,
Negro como o poço de Pólo a Pólo,
Agradeço aos deuses, se algum acaso existe
Por minha alma inconquistável.
Nas garras cruéis das circunstâncias
Eu não vacilei e nem me ouviram chorar.
Sob os golpes do acaso
Minha cabeça sangra mas permanece ereta.
Além deste lugar de rancor e lágrimas
Somente o horror das sombras se anuncia,
E mesmo a ameaça dos anos me encontra
e há de encontrar-me, destemido.
Não importa quão estreito o portão,
Quão repleto de penas o veredito,
Eu sou o mestre do meu destino:
Eu sou o capitão de minha alma.
segunda-feira, março 29, 2010
domingo, março 28, 2010
Um copo de cólera
"disse e repito: seria preciso resgatar a minha história pr´eu abrir mão dessa orfandade, sei que é impossível, mas seria esta a condição primordial; já foi o tempo em que via a convivência como viável, só exigindo deste bem comum, piedosamente, o meu quinhão, já foi o tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em que reconhecia a existência escandalosa de imaginados valores, coluna vertebral de toda 'ordem'; mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são outras agora minhas preocupações, é hoje outro o meu universo de problemas; num mundo estapafúrdio - definitivamente fora de foco - cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você, que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica a uma piada: impossível ordenar o mundo dos valores, ninguém arruma a casa do capeta; me recuso pois a pensar naquilo em que não mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso! me apavora ainda a existência, mas não tenho medo de ficar sozinho, foi conscientemente que escolhi o exílio, me bastando hoje o cinismo dos grandes indiferentes..."
No livro Um Copo de Cólera de Raduan Nassar
quarta-feira, março 24, 2010
Esperemos - Neruda
Há outros dias que não têm chegado ainda,
que estão fazendo-se
como o pão ou as cadeiras ou o produto
das farmácias ou das oficinas
- há fábricas de dias que virão -
existem artesãos da alma
que levantam e pesam e preparam
certos dias amargos ou preciosos
que de repente chegam à porta
para premiar-nos
com uma laranja
ou assassinar-nos de imediato.
que estão fazendo-se
como o pão ou as cadeiras ou o produto
das farmácias ou das oficinas
- há fábricas de dias que virão -
existem artesãos da alma
que levantam e pesam e preparam
certos dias amargos ou preciosos
que de repente chegam à porta
para premiar-nos
com uma laranja
ou assassinar-nos de imediato.
quarta-feira, março 17, 2010
domingo, março 14, 2010
sábado, março 13, 2010
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