É "natural" que aqueles que pouco beijam incomodem-se com aqueles que beijam. Os que não transem, irritem-se com os que assim o fazem. Que se sintam irreversivelmente putos com os que se alegram, uma vez que os mesmos são incapazes. É "natural" que uma maioria de infelizes persigam e coíbam os que fazem mais do que existir. É "natural" que os exploradores explorem mais ainda. Que os mentirosos aperfeiçoem suas mentiras. Que os ressentidos sintam-se sempre vítimas. Que os semeadores de discórdia sejam cruéis com sua própria consciência. E, por fim, que os fanáticos tornem-se mais e mais amargos ante um mundo tão plural em sua essência. O que não é absolutamente nada natural, e aqui sem aspas, é aceitarmos docilmente os mecanismos de repressão arquitetados por estes.
Autoria de Marcelo Rocha
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