sábado, novembro 28, 2015
terça-feira, novembro 24, 2015
Outras de Martha...
TUDO É PROVISÓRIO, INCLUSIVE NÓS.
A gente vai crescendo e vê tudo do tamanho que é, sem a condescendência da fantasia.
A gente vai crescendo e vê tudo do tamanho que é, sem a condescendência da fantasia.
E essa constatação da demência que os dias nos impingem não seria lucidez das mais requintadas?
Cada um de nós tem a obrigação de buscar uma maneira menos burocrática de existir...
sábado, novembro 21, 2015
domingo, novembro 08, 2015
louca
- Que mulher louca!
- Você também é.
- Eu sei. Mas não a maneira dela!
- Você também é.
- Eu sei. Mas não a maneira dela!
Foto do filme "A Insustentável Leveza do Ser" (que eu adoro a propósito)
sábado, novembro 07, 2015
Despedidas
Começo a olhar as coisas
como quem, se despedindo, se surpreende
com a singularidade
que cada coisa tem
de ser e estar.
Um beija-flor no entardecer desta montanha
a meio metro de mim, tão íntimo,
essas flores às quatro horas da tarde, tão cúmplices,
a umidade da grama na sola dos pés, as estrelas
daqui a pouco, que intimidade tenho com as estrelas
quanto mais habito a noite!
Nada mais é gratuito, tudo é ritual
Começo a amar as coisas
com o desprendimento que só têm
os que amando tudo o que perderam
já não mentem.
Affonso Romano de Sant´anna
como quem, se despedindo, se surpreende
com a singularidade
que cada coisa tem
de ser e estar.
Um beija-flor no entardecer desta montanha
a meio metro de mim, tão íntimo,
essas flores às quatro horas da tarde, tão cúmplices,
a umidade da grama na sola dos pés, as estrelas
daqui a pouco, que intimidade tenho com as estrelas
quanto mais habito a noite!
Nada mais é gratuito, tudo é ritual
Começo a amar as coisas
com o desprendimento que só têm
os que amando tudo o que perderam
já não mentem.
Affonso Romano de Sant´anna
segunda-feira, outubro 26, 2015
Arte de Amar
Metidos nesta pele que
nos refuta,
Dois somos, o mesmo que inimigos.
Grande coisa, afinal, é o suor
(Assim já o diziam os antigos):
Sem ele, a vida não seria luta,
Nem o amor amor.
José Saramago
domingo, outubro 25, 2015
Ah, só
Ah, só eu sei
Quanto dói meu coração
Sem fé nem lei,
Sem melodia, nem razão.
Só eu, só eu,
E não o posso dizer
Porque sentir é como o céu
Vê-se mas não há nele que ver.
Fernando Pessoa
quinta-feira, outubro 08, 2015
Confissão
Na quermesse da miséria,
fiz tudo o que não devia:
se os outros se riam, ficava séria;
se ficavam sérios, me ria.
(Talvez o mundo nascesse certo;
mas depois ficou errado.
Nem longe nem perto se encontra o culpado!)
De tanto querer ser boa,
misturei o céu com a terra,
e por uma coisa à toa
levei meus anjos à guerra.
Aos mudos de nascimento
fui perguntar minha sorte.
E dei minha vida, momento a momento,
por coisas da morte.
Pus caleidoscópio de estrêlas,
entre cegos de ambas as vistas.
Geometrias imprevistas,
quem se inclinou para vê-las?
(Talvez o mundo nascesse certo;
mas evadiu-se o culpado.
Deixo meu coração – aberto,
à porta do céu – fechado.)
Cecilia Meireles
sexta-feira, outubro 02, 2015
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