domingo, março 25, 2007

Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças



Feliz o destino da inocente vestal

Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida

Brilho eterno de uma mente sem lembranças

Toda prece é ouvida, toda graça se alcança

domingo, março 04, 2007

Ainda no país do Carnaval...

Passamos o Carnaval, os amigos e eu, em nossa pequena cidade no interior do Rio de Janeiro. Carnaval esse que resume-se ao desfile de umas poucas e humildes escolas de samba do subúrbio e um pequenino trio elétrico, o qual só vai atrás quem já morreu... E tudo se concentra no point da cidade: uma tradicional praça – com palmeiras, coreto e chafariz – em que se localizam alguns quiosques e faz frente a uma avenida e um clube, clube esse que misteriosamente não promove mais eventos carnavalescos. Há pequenas festas organizadas por jovens conhecidos, com direito a bebida liberada e camisa personalizada. Enfim, isso é Carnaval...
Frases e comentários marcantes complementaram nossas peripécias carnavalescas. Deitados no terraço admirando a lua houve quem disse: “O céu se abriu para nós”. Outros, a beira do rio ouviram palavras românticas: “O céu... a lua... a luz negra...”
O álcool foi nosso conselheiro e ninguém foi de ninguém e todo mundo de todo mundo. Para alguns existiu exclusividade, mas só enquanto durou o Carnaval... Controverso feriado...!
Participamos de tudo isso – salvo algumas exceções – e embora desejamos arduamente viajar no próximo Carnaval, podemos dizer que nos divertimos. Na quarta-feira de cinzas, enquanto estávamos na “praça-point” deseeerta, escuuura e solitááários, fizemos um balanço de nosso feriado. Cada um com suas conclusões a respeito de si próprio, rimos e recorremos a filosofia de mesa de bar, tamanha repercussão psicológica teve esses dias para nós! Os saldos carnavalescos consistiram nos seguintes pensamentos: “às vezes algum prejuízo”, “as pessoas dizem que sim, mas a gente sabe que não”, “Game Over”, “nem o isqueiro tá querendo voltar”... Nota-se a profundidade verbal diante de experiências que desviaram alguns rumos, mas orientaram outros...
Concluindo, foi um Carnaval bastante movimentado para uma pacata cidade interiorana! Apesar de tudo isso, além de tudo isso, por tudo isso no próximo ano vamos pra Bahia!!!

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

A Infinitude Vazia


Sem começo, sem fim,

Sem passado, sem futuro.

Um clarão de luz circunda o mundo do espírito.

Esquecemo-nos uns dos outros, puros, silenciosos, vazios e onipotentes.

O vazio é atravessado pelo brilho do coração celeste.

Lisa é a água do mar e a lua se espelha em sua superfície.

Apagam-se as nuvens no espaço azul; lúcidas, cintilam as montanhas.

A consciência se dissolve em contemplação.

Solitário, repousa o disco da lua.


Em "O Segredo da Flor de Ouro" de C. G. Jung e Richard Wilhelm

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Soneto de Carnaval - Vinícius de Moraes

Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento

Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento

E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim

De toda a vida e todo o amor humanos
Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Trainspotting

a viagem da juventude permite-lhes ser o nada
sonho que move as mais loucas ondas
universo paralelo que redime a humanidade hipócrita
ingênuos com passaporte para a luz
amantes lunares da liberdade ideal
extremos rebeldes do mundo
em busca da magia vital
inspiração à margem social
puros heróis em busca da paz
plenos andarilhos na mandala sideral

sábado, janeiro 06, 2007

Para o novo ano...

Parafraseando Drummond...
Desejo a você...
Cheiro de terra molhada
Banho de chuva
Comer fruta no pé
Namoro no portão
Segunda de bom humor
Sábado animado
Filme de Godard
Fogueira com violão
Soneto de Vinícius
Chope com amigos
Viver um grande amor
Música cubana
Aos domingos almoço de mãe
Cinema com pipoca
Retribuir um sorriso sincero
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Jogar baralho na madrugada
Rir como criança
Fé na vida
Presenciar um ato de generosidade
Ouvir canto de passarinho
Esperar alguém na estação
Relembrar uma velha amizade
Pôr-do-sol na praia
Uma serenata de amor
Festa à fantasia
Chorar de alegria
Sentar numa velha poltrona
Pink Floyd
Liberdade e Paz

segunda-feira, dezembro 25, 2006

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Chapas de Viagem: E o mercador?

Em todas as histórias de gênios e lâmpadas mágicas, nunca prestamos atenção nos mercadores – aqueles que vendem a tal lâmpada maravilhosa... Sempre com trejeitos de vigarista e falando com mansuetude, o vendedor livra-se de seu objeto mágico. E é aí que não compreendo: o que leva esses homens a negociarem algo tão fantástico como um gênio que realiza desejos? A primeira ideia, seria de que não imaginavam o inestimável valor de uma velha e suja lâmpada. Mas já pensamos que talvez esses “distraídos” mercadores sejam mais espertos que parecem?... E concluem que a posse desse objeto extraordinário e seus incríveis poderes podem se tornar uma armadilha, e que a lâmpada maravilhosa que cremos possuir é que nos possui? Bem... Seja como for, não me importa tentar entender atitudes, porque esperteza ou não, quem não gostaria de realizar três desejos?...

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Eu nasci há 10 mil anos atrás

Refletindo sobre o nada, concluí: nasci na época errada. Acredito que as coisas aconteçam por uma razão maior portanto penso que exista um motivo maior para o meu nascimento na última parada para o fim do mundo, no modesto ano de 1988. Mas... Isso não me impede de imaginar que outras vidas poderia ter tido eu... (Nem de desejá-las!)
Comecemos pelo Velho Oeste: eu poderia ter sido pistoleira no bando de Billy the Kid ou amante de Jesse James! Na Grécia, seria discípula de Sócrates; no Egito, amiga de Cleópatra; em Roma, caso de César. E se fosse uma crédula proletária da Revolução Russa ou cangaceira de Lampião ou ainda ariana indignada na Alemanha de Hitler? Teria me divertido como namorada de Al Capone, passageira da Apollo 11, amiga de Frida Kahlo ou espiã da CIA. Lutaria na Revolução Francesa, ao lado de Che Guevara, contra toda e qualquer forma de ditadura! Seria plateia orgulhosa na Semana de Arte Moderna. Assistiria Marley e Seixas! Talvez fosse enfermeira da Cruz Vermelha em plena Grande Guerra. Entrevistasse Gandhi. “Fumasse um” com Chet Baker. Ah... Poderia ter sido hippie! Vibrado em Woodstock e me libertado ao som de Janis e Jimmi... Quem sabe John tivesse conhecido a mim antes de Yoko!
Quantas possibilidades! Racionais realistas dirão: Até parece! Eu como sonhadora convicta que sou, digo-lhes: Porque não? E não é uma pergunta.

terça-feira, novembro 21, 2006

Quentin Tarantino





Mr. Awesome